Ciclo Cultura & Criança
26 de março de 2008
Barca dos Livros
na Lagoa da Conceição
26 de março de 2008
Barca dos Livros
na Lagoa da Conceição
Navegamos pela Biblioteca da Barca dos Livros da Sociedade Amantes da Leitura, capitaneada por Tânia Piacentini, com excelente bate-papo sobre a narração de histórias na sala de aula com a Profa. Gilka Girardello. Também conhecemos a Inaiara, o Paulo e a Tamira, além de reencontrar o Ingo Vargas, Pedagogo e também contador de histórias e aprendiz das artes de barista e fazedor de pão-de-queijo desde janeiro, escutando jazz de frente para a Lagoa da Conceição.
Sentados pelos tapetes no chão, acocorados nas cadeiras e acotovelados nas mesas éramos olhos, ouvidos e peitos abertos...
Tânia Piacentini expôs os objetivos da Barca e da Sociedade, bem como das lutas para navegar nesse mar da literatura, do livro e da leitura, seu envolvimento com a Pedagogia, que ora vamos descobrindo. Percebemos claramente que sua ocupação e paixão, de amante mesmo, vai na direção da literatura, e compreendemos da importância da questão da formação do professor leitor que vai trabalhar com leitores na infância.
A Profa. Gilka abordou o texto “A narração de histórias na sala de aula” (sem hífen mesmo), de um diálogo seu com Geoff Fox (Inglaterra), iniciando com o lançamento de uma questão: por que a literatura é importante?
Daí, com o texto no peito e viajando na imaginação, fomos contemplados com expressão nova nesta sexta fase do curso: a Pedagogia da Imaginação.
Lembrou-nos de Ítalo Calvino e da importância de se imaginar o que não existe a partir do que existe e, continuamos a viagem partindo de cinco eixos/fatores de estímulos da imaginação:
1 . O contato das crianças com a arte, na fruição e na produção dela;
2 . O contato com a natureza, no encantamento com ela;
3 . O Tempo, e o saber dar tempo às coisas;
4 . A mediação adulta nesse processo e,
5 . A Narrativa e a vontade de querer saber mais o que vem depois...
A Barca passou em viagem se orientando pelas estrelas da constelação do Cruzeiro do Sul e tomou rumo da Rússia nos anos 30; subiram fadas a bordo; Monteiro Lobato se achegou com Emília e o Visconde; o garoto da 5ª. série da Escola da Costa da Lagoa chegou para nos indicar livros; buscamos Newton que certamente ousou mesmo imaginar fertilmente para inventar suas hipóteses; falamos da Ciência se nutrindo das experiências da natureza, esbarramos em Sherazade voando com Aladim num tapete mágico; brincamos com o Homo sapiens e descobrimos o Homo narrens (nós, seres humanos, como contadores de histórias); um povo desconhecido lá do norte do Canadá foi contando como o céu era baixo e foi lá pro alto e, de repente, entre uma prosa e outra podíamos notar as várias expressões no rosto de cada um:
_Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
_ Ahhhhhhhhhhhh...
_ Ahá!!!
_ Ahn!?!...
Até o Paulo não se aguentava ali no computador dele e também furou o céu, e Tamira parou de fazer um trabalho e deu suas cutucadas também.
E, deixamos as histórias e estórias entrarem, e saírem...
Do primeiro encontro do Ciclo saímos com mil e uma interrogações, e deste, lá pelo meio, tínhamos 1001 noites a descobrir nas asas da imaginação...
De novo, o mundo de pernas pro ar...
O mundo a voar...
Um barco a navegar…
Livros a rodear…
Ciranda de livros,
Ciranda de cantigas,
Pra descobrir que contar histórias é todos deixarem “abrir o universo que têm no peito”...
No bate-papo, acabamos por lembrar de várias passagens de nossas vidas, e ouvimos e sentimos o cheiro das memórias do outro, nos pegamos a nós mesmos em lembranças quase perdidas no tempo, e os sorrisos e balançares de cabeça atestavam que a imaginação voava solta, mesmo.
Uma coisa certa que fica gravado no peito, desenhada sobre a água balançante, depois numa roda de café, chocolate quente e pão-de-queijo do Ingo: professores têm de se desafiar para encontrar o melhor meio de se comunicar com as crianças.
E, se cada um tem o seu jeito próprio de contar histórias, muitas vezes é a própria história que vem mexer com a gente, e nos conta o que fazer no ritmo dela mesma para fazer este contato e “comoção” com as crianças,...
Lá pelas tantas, Salman Hushdie entrou na dança. Ou era história?
Era, sim, com seu “Haroun e o Mar de Histórias”, dedicadas a seu filho Zafar, então criança de seus 10 anos em 1990.
E a Tânia que havia desaparecido um pouco pela popa, chegou novamente pra relembrar do “Mar de Histórias”, e o Barco dos Livros foi dando suas voltas, pessoas foram chegando e saindo...
Será que quando o Barco dos Livros fecha suas portas pela noite os livros se abrem e todos aqueles personagens dos livros saem ganhando vida própria e aprontam mil e uma bagunças madrugada adentro, como naqueles desenhos animados, em preto-e-branco antigos?
Sei lá, mas deu para imaginar a cena.
Por fim, tapetes, cadeiras e mesas eram todos mágicos e fomos conhecer muitos mundos da imaginação.
E, na minha primeira noite, das outras mil que virão neste futuro próximo fui refletir sobre tudo isso...
Sentados pelos tapetes no chão, acocorados nas cadeiras e acotovelados nas mesas éramos olhos, ouvidos e peitos abertos...
Tânia Piacentini expôs os objetivos da Barca e da Sociedade, bem como das lutas para navegar nesse mar da literatura, do livro e da leitura, seu envolvimento com a Pedagogia, que ora vamos descobrindo. Percebemos claramente que sua ocupação e paixão, de amante mesmo, vai na direção da literatura, e compreendemos da importância da questão da formação do professor leitor que vai trabalhar com leitores na infância.
A Profa. Gilka abordou o texto “A narração de histórias na sala de aula” (sem hífen mesmo), de um diálogo seu com Geoff Fox (Inglaterra), iniciando com o lançamento de uma questão: por que a literatura é importante?
Daí, com o texto no peito e viajando na imaginação, fomos contemplados com expressão nova nesta sexta fase do curso: a Pedagogia da Imaginação.
Lembrou-nos de Ítalo Calvino e da importância de se imaginar o que não existe a partir do que existe e, continuamos a viagem partindo de cinco eixos/fatores de estímulos da imaginação:
1 . O contato das crianças com a arte, na fruição e na produção dela;
2 . O contato com a natureza, no encantamento com ela;
3 . O Tempo, e o saber dar tempo às coisas;
4 . A mediação adulta nesse processo e,
5 . A Narrativa e a vontade de querer saber mais o que vem depois...
A Barca passou em viagem se orientando pelas estrelas da constelação do Cruzeiro do Sul e tomou rumo da Rússia nos anos 30; subiram fadas a bordo; Monteiro Lobato se achegou com Emília e o Visconde; o garoto da 5ª. série da Escola da Costa da Lagoa chegou para nos indicar livros; buscamos Newton que certamente ousou mesmo imaginar fertilmente para inventar suas hipóteses; falamos da Ciência se nutrindo das experiências da natureza, esbarramos em Sherazade voando com Aladim num tapete mágico; brincamos com o Homo sapiens e descobrimos o Homo narrens (nós, seres humanos, como contadores de histórias); um povo desconhecido lá do norte do Canadá foi contando como o céu era baixo e foi lá pro alto e, de repente, entre uma prosa e outra podíamos notar as várias expressões no rosto de cada um:
_Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
_ Ahhhhhhhhhhhh...
_ Ahá!!!
_ Ahn!?!...
Até o Paulo não se aguentava ali no computador dele e também furou o céu, e Tamira parou de fazer um trabalho e deu suas cutucadas também.
E, deixamos as histórias e estórias entrarem, e saírem...
Do primeiro encontro do Ciclo saímos com mil e uma interrogações, e deste, lá pelo meio, tínhamos 1001 noites a descobrir nas asas da imaginação...
De novo, o mundo de pernas pro ar...
O mundo a voar...
Um barco a navegar…
Livros a rodear…
Ciranda de livros,
Ciranda de cantigas,
Pra descobrir que contar histórias é todos deixarem “abrir o universo que têm no peito”...
No bate-papo, acabamos por lembrar de várias passagens de nossas vidas, e ouvimos e sentimos o cheiro das memórias do outro, nos pegamos a nós mesmos em lembranças quase perdidas no tempo, e os sorrisos e balançares de cabeça atestavam que a imaginação voava solta, mesmo.
Uma coisa certa que fica gravado no peito, desenhada sobre a água balançante, depois numa roda de café, chocolate quente e pão-de-queijo do Ingo: professores têm de se desafiar para encontrar o melhor meio de se comunicar com as crianças.
E, se cada um tem o seu jeito próprio de contar histórias, muitas vezes é a própria história que vem mexer com a gente, e nos conta o que fazer no ritmo dela mesma para fazer este contato e “comoção” com as crianças,...
Lá pelas tantas, Salman Hushdie entrou na dança. Ou era história?
Era, sim, com seu “Haroun e o Mar de Histórias”, dedicadas a seu filho Zafar, então criança de seus 10 anos em 1990.
E a Tânia que havia desaparecido um pouco pela popa, chegou novamente pra relembrar do “Mar de Histórias”, e o Barco dos Livros foi dando suas voltas, pessoas foram chegando e saindo...
Será que quando o Barco dos Livros fecha suas portas pela noite os livros se abrem e todos aqueles personagens dos livros saem ganhando vida própria e aprontam mil e uma bagunças madrugada adentro, como naqueles desenhos animados, em preto-e-branco antigos?
Sei lá, mas deu para imaginar a cena.
Por fim, tapetes, cadeiras e mesas eram todos mágicos e fomos conhecer muitos mundos da imaginação.
E, na minha primeira noite, das outras mil que virão neste futuro próximo fui refletir sobre tudo isso...
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